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Paula Rego Sit 1994 |
Ainda sem o chapéu, repetia versos daquele poeta irlandês. E com os olhos na porta, ia se afastando até tocar levemente a aba límpida e seguir. As mãos eram o trabalho e eram também todo o trabalho. O café da manhã foi preenchido com geleia de tomates verdes e laranjas.
Sentia cada um dos odores daquele quase nascer do sol. Sabia que a totalidade de seres impregnava-se do mesmo perfume, mas suas músicas tinham efeitos abissalmente distintos. Em passos ritmados, olhava as pequenas floreiras nas janelas e imaginava suas notas e acordes.